PV oficializa candidatura de Eduardo Jorge à Presidência da República
O Partido Verde (PV) oficializou hoje (3) a candidatura de Eduardo Jorge e Célia Sacramento à Presidência e à Vice-Presidência da República, respectivamente, para as eleições deste ano. Eduardo Jorge e Célia foram hoje (3) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para registrar a candidatura. O primeiro turno da eleição presidencial será no dia 5 de outubro.
Segundo Eduardo Jorge, o programa de governo do PV é fundamentado em três pontos: fortalecimento da democracia, descentralização governamental e apoio ao desenvolvimento sustentável.
Para fortalecer a democracia, o PV defende a adoção do modelo parlamentarista de governo, das eleições distritais mistas (combinação de voto para candidatos do distrito e da legenda, com a elaboração de um quociente eleitoral) e do voto facultativo.
"O povo tem razão em reclamar da estrutura representativa no Brasil. Somos um partido que queremos dizer à nação que precisamos aperfeiçoar isso. Essa insatisfação do povo precisa ser resolvida", disse o candidato.
De acordo com Eduardo Jorge, o voto facultativo é uma resposta à melhoria do sistema democrático, porque pressupõe a vontade de contribuir para a governança do país, com a escolha de um programa de governo com o qual existe identificação e o posterior acompanhamento do candidato vitorioso pelo eleitor.
Sobre a descentralização governamental, o candidato explicou que o PV defende mais participação estadual e municipal na administração pública, por meio do aumento dos repasses aos governos locais, o que, para os verdes, facilitaria a fiscalização da sociedade e, consequentemente, fortaleceria o sistema democrático.
"No Brasil, ao contrário do que diz a Constituição Federal – que tem de se fortalecer a administração descentralizada, para que o município possa conduzir políticas públicas próximas do povo – Brasília continua concentrando os recursos. Brasília e a Esplanada [dos Ministérios, em referência ao governo federal] são macrocéfalos. Estão próximos de abocanhar 70% dos recursos nacionais. Nos último dez anos, o governo federal só aumentou sua parcela", criticou Eduardo Jorge.
Segundo ele, caso o PV vença as eleições, o objetivo é fazer que os recursos nacionais sejam distribuídos de forma mais igualitária entre as três esferas de governo – federal, com 33%; estadual, com 33%, e municipal com 34%. Eduardo Jorge não descarta a possibilidade de os municípios terem participação ainda mais alta.
Quanto ao desenvolvimento sustentável, pauta tradicionalmente defendida pelos verdes, o candidato reforçou que os principais eixos são a adaptação do país às mudanças do clima, a adoção de matrizes energéticas alternativas e limpas, principalmente a solar, e a superação da pobreza por meio de políticas de sustentabilidade.
"O partido quer mostrar que o desenvolvimento sustentável é a nova forma de movimentar a economia e tem um porto seguro no PV. [O partido] quer que outros incorporem também esse importante conceito. Não há monopólio, porem, entendemos que os outros partidos são do século 20, preocupam-se com política, economia e um pouco com políticas sociais, mas não com os limites impostos pela natureza", explicou.
O candidato falou também sobre o apoio dos verdes a questões sociais, como a ampliação dos direito das mulheres, dos negros e das pessoas com deficiência, e à liberdade de orientação sexual.
Eduardo Jorge, de 64 anos, nasceu em Salvador e passou a infância e a juventude em João Pessoa. Médico sanitarista, foi deputado estadual de 1983 a 1986, deputado federal nas legislaturas de 1987 e 2003 e secretário municipal da Saúde e do Meio Ambiente de São Paulo.
A candidata à Vice-Presidência, Célia Sacramento, é atualmente vice-prefeita de Salvador. Já exerceu também mandatos de vereadora e deputada federal.
Ontem (2), o PSOL registrou a candidatura da ex-deputada federal Luciana Genro à Presidência da República. Para esta tarde, é aguardado o registro da candidatura de Eduardo Campos, do PSB, à Presidência e de Marina Silva, da Rede Solidariedade, à Vice-Presidência.