Participação de mulheres na política tem pequeno aumento nestas eleições
Embora tenha havido um pequeno crescimento, a participação de mulheres na vida política do país ainda está aquém das expectativas de grupos feministas e dos que brigam por espaço igual para elas e os homens. Divulgado o resultado das urnas, ao fazer as contas, é possível perceber que a presença das mulheres cresceu pouco no Legislativo e caiu no Executivo estadual.
Segundo a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, em 2010, foram eleitas 45 deputadas. Desta vez, o número cresceu e 51 mulheres vão assumir na próxima legislatura. Este número representa apenas 10% do total de cadeiras na Câmara (513).
No Senado, foram eleitas no domingo cinco mulheres: duas se reelegeram e três conquistaram o primeiro mandato. Na Casa, que tem 81 cadeiras, atualmente dez mulheres exercem mandato. No ano que vem, termina o mandato de quatro delas, mas Kátia Abreu (PMDB-TO) e Maria do Carmo (DEM-SE) vão continuar.
Ivonete Dantas (PMDB-RN) e Ana Rita (PT-ES), que assumiram como suplentes, perdem a vaga. Ivonete era suplente de Rosalba Ciarlini, atual governadora do estado. Ana Rita assumiu a cadeira na vaga de Renato Casagrande, quando este se elegeu governador em 2010.
Ontem (5), três mulheres conquistaram mandato de senadoras: Rose de Freitas (PMDB-ES), Simone Tebet (PMDB-MS) e Fátima (PT-RN).
Rose de Freitas, que exerce atualmente o quinto mandato de deputada federal, é a primeira senadora eleita no Espírito Santo. Com isso, o Senado passará a ter 11 mulheres a partir de fevereiro do ano que vem.
Nos governos estaduais, a participação feminina encolheu. Em 2010, duas mulheres foram eleitas governadoras: Roseana Sarney, do PMDB, no Maranhão, e Rosalba Ciarlini, do DEM, no Rio Grande do Norte. Na votação de domingo, nenhuma candidata conseguiu se eleger no primeiro turno e apenas uma, Suely Campos, do PP de Roraima, passou para o segundo turno, No dia 26, ela enfrentará Chico Rodrigues, do PSB.
Os partidos são obrigados a reservar 30% de suas candidaturas às mulheres, mas isso não tem sido suficiente para que elas consigam se eleger em número significativo – as que conseguem raramente ficam entre as mais votadas. Em 12 estados não há mulheres entre os dez campeões de voto nestas eleições. Elas conseguiram se destacar em apenas seis.
Para a diretora do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFemea), Guacira Cesar de Oliveira, a dificuldade de as mulheres terem melhor desempenho nas eleições se deve, entre outros aspectos, à falta de investimento dos partidos. "Quando os partidos se viram obrigados a cumprir as cotas, criaram uma formalidade para colocar mulheres como candidatas, mas não geraram condições reais para que essas mulheres pudessem ser eleitas", afirmou.
* O texto foi ampliado às 17h02 e alterado às 20h52 do dia 6 de outubro para correção de informação e novamente atualizado hoje (7), às 20h36, para nova correção. O título também foi alterado. Diferentemente do informado, foram eleitas 45 deputadas federais em 2010, e não 52. Nas eleições deste ano, foram eleitas 51 deputadas, e não 49.