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Política

Executivo da Engevix reconhece pagamento a esquema investigado na Lava Jato

André Richter - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 22/01/2015 - 16:24
Brasília
Ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, abre depoimento na CPMI que investiga denúncias de irregularidades na companhia, dizendo que ficará em silêncio (Geraldo Magela/Agência Senado)

Advogados de Paulo Roberto Costa reconhecem pagamento de propina ao esquema da Lava JatoGeraldo Magela/Agência Senado

A defesa do vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson de Mello Almada, reconheceu hoje (22) que ele fez pagamentos ao esquema de corrupção na Petrobras. Na resposta enviada à Justiça Federal em Curitiba, na ação penal à qual Almada responde, os advogados alegaram que ele sofreu ameaças do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, para fazer os pagamentos.

Segundo os advogados de Almada, Costa passou a exigir "percentuais de todos os executivos das empreiteiras que tinham contratos com estatal". Eles disseram que Costa ameaçava os empresários, "um a um", com o poder econômico da Petrobras. Os advogados destacaram que o ex-diretor ameaçava "causar prejuízos no curso de contratos. Dizia que levaria à falência quem contrastasse seu poder, sinônimo da simbiose do poder econômico da megaempresa com o poder político do governo."

Para os advogados, Almada foi vítima do pragmatismo das relações políticas e por fazer parte de um grupo que "pecou" por não resistir a pressão para pagar propina. 

"O pragmatismo nas relações políticas chegou, no entanto, a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos. Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração dos montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias", alegam os advogados.

Na petição, a defesa também pede a nulidade dos pedidos de busca e apreensão, das escutas telefônicas e da investigação criminal.