PSB e PMDB se manifestam no Senado a favor do impeachment de Dilma

Publicado em 06/05/2016 - 12:42 Por Carolina Gonçalves e Karine Melo - Repórteres da Agência Brasil - Brasília

Brasília - Reunião da Comissão Especial do Impeachment, para a votação do Relatório do Senador e Relator Antonio Anastasia. (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Brasília - Reunião da Comissão Especial do Impeachment para a votação do relatório do senador Antonio AnastasiaAntonio Cruz/ Agência Brasil

Ex-ministro no primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff, o senador Fernando Bezerra Coelho (PE) encaminhou a bancada do PSB, com cinco parlamentares integrantes da Comissão Especial do Impeachment, a votar a favor do afastamento da petista. Ele lembrou que o partido esteve aliado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e depois, com Dilma, até setembro de 2013, quando decidiu lançar Eduardo Campos para a disputa eleitoral. Campos morreu em acidente de avião antes do pleito.

O líder do PSB afirmou que a presidenta acabou ganhando as eleições negando a situação econômica do país e “exagerando nas promessas”. “Depois, o governo se isolou, perdeu apoio político, credibilidade e a autoridade. Na economia, os números falam por si, mostrando que as informações que dávamos não eram pessimismo”, afirmou.

Bezerra lembrou que nesta fase o Senado decide pela admissibilidade da denúncia e a defesa poderá ser exercida na etapa em que forem apreciados os elementos e provas. “Após análise dos argumentos contidos na denúncia, é inevitável a conclusão de que os indícios de crime de responsabilidade de fato existem”, afirmou.

Pelo PMDB, o senador Waldemir Moka (MS) lembrou que os oito parlamentares da legenda podem ter razões diferentes, mas votam a favor da continuidade do processo contra Dilma. “Não nos cabe outra alternativa a não ser votar pela abertura do processo levando a decisão do nosso voto sim para o plenário do Senado”, afirmou, citando dispositivos da Constituição Federal, da lei 1.079/50 (do impeachment) e a Lei de Responsabilidade Fiscal, que tratam das acusações das pedaladas fiscais e edição de decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional.

Ao rebater declarações da base aliada que, esperando um resultado negativo para o governo, classificou o dia como uma data triste para o país, o líder do PSD, senador José Medeiros (MT), afirmou que o dia de hoje será marcado pelo fortalecimento “das pilastras da democracia”. “Democracia não é sinonimo de petismo. Não é o PT. É uma coisa muito maior e neste momento estamos zelando por ela. Hoje é um dia alegre. Este robusto relatório será aprovado aqui”, afirmou.

Crimes

O senador disse que o voto favorável ao impeachment “foi tarde” e disse que o processo poderia estar ocorrendo “por uma infinidade de outros crimes.” Medeiros ainda citou o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, durante o julgamento da ação penal 470 (mensalão), quando afirmou que o processo mostrou homens que ultrajaram as instituições e desonraram “a ideia que anima o espírito republicano e descreveu que havia ali uma quadrilha conduzindo os rumos do país”, lembrou.

Um dos principais críticos do governo, o senador Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM, disse que a comissão concluiu pontos importantes sobre o processo que “não tem o objetivo de engessar governantes e criminalizar gestores. O que está mostrando é que novos gerentes terão que ter compromisso com a verdade, com a Lei Orçamentária Anual e que reproduza o momento”, disse, em um recado para estados e municípios alertados sobre práticas semelhantes às que foram apontadas no processo contra Dilma.

Caiado voltou a criticar a evolução das negociações do governo com o Congresso em torno da meta fiscal de anos anteriores que começou com projeção de superávit e terminou com déficit de R$ 118 bilhões. “Essa peça é fictícia, irresponsável e demagógica que valeu para permitir a reeleição da presidente da Republica”, afirmou.

Edição: Kleber Sampaio

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