Fiscalização no Tocantins flagra trabalhadores armazenando água em vasilhames de agrotóxicos
Tocantins
Publicado em 03/07/2019 - 09:25 Por Bianca Paiva - Brasília
Quatro trabalhadores foram encontrados em condições semelhantes as de escravos, às margens do Rio Araguaia, no município tocantinense de Bernardo Sayão.
O resgate ocorreu durante operação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério da Economia, realizada entre os dias 18 e 28 de junho.
Os fiscais verificaram que o grupo fazia a aplicação de agrotóxicos sem a proteção exigida pelas normas de segurança e saúde. Além disso, a situação trabalhista dos resgatados estava ilegal, sem registro em carteira, o que resultou em 36 autos de infração.
A fiscalização também constatou que não havia instalações sanitárias e local adequado para o preparo e o consumo de alimentos. Eram ainda utilizados vasilhames de agrotóxicos, de classificação altamente tóxica, para a coleta de água para consumo dos trabalhadores. Eles também eram proibidos de se ausentar em dias de folga.
O Ministério da Economia informou que o empregador terá de pagar mais de R$11 mil em verbas rescisórias e firmou Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta que prevê o pagamento de R$5 mil a cada trabalhador e de R$60 mil por dano moral e coletivo.
Os trabalhadores resgatados receberam guias para o recebimento do seguro-desemprego e foram encaminhados à Comissão Pastoral da Terra do município de Araguaína, para acolhimento e acompanhamento psicossocial.
A operação contou com o apoio de representantes do Ministério Público do Trabalho, da Defensoria Pública da União, do Ministério Público Federal e do Ministério da Justiça e Segurança Pública.