Quase dois anos depois do maior desastre socioambiental do Brasil no setor de mineração, em Mariana, Minas Gerais, 20 dos 113 afluentes do Rio Doce ainda têm rejeitos provenientes do rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, cujas controladoras são a Vale e a BHP.
A informação é do relatório da nova fase da Operação Áugias, do Ibama, divulgado nessa quinta-feira (26). A equipe da operação faz vistorias periódicas na região para acompanhar as ações de recuperação ambiental que devem ser feitas pela Fundação Renova, entidade financiada pela Samarco. A análise foi feita nos 102 quilômetros mais afetados.
Nestes 20 afluentes foi constatada a ausência ou deficiência de técnicas para impedir a erosão. Outros 72 afluentes apresentam defeitos na execução de ações emergenciais de contenção, mas que podem ser solucionadas.
Em 4 dos 113 pontos o acesso não foi possível. Os dados foram coletados em agosto deste ano.
Em resposta ao relatório, a Fundação Renova informou que foram registrados avanços entre a terceira e a quarta fases da Operação Áugias, do Ibama, como o aumento de organismos aquáticos e de animais silvestres.
A fundação destacou que essas constatações indicariam o retorno da vida aos cursos d’água ligados ao Rio Doce. A fundação também apontou que as áreas onde não foram constatadas erosão subiram de 10% para 48%.
Foi comunicado que a Renova começará, neste ano, a recuperação florestal das matas à margem dos rios e riachos. A conclusão do trabalho de recuperação ambiental na região atingida está prevista para 2020, portanto, cinco anos depois do desastre.
Outra notícia divulgada nessa quinta-feira a respeito da Vale é o aumento de mais de 280% do lucro da empresa, no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2016. Foram mais de R$ 7 bilhões, contra R$ 1,8 bilhão do ano passado.