O Ministério Público de Goiás denunciou 16 pessoas por fraudes em partidas de futebol e pediu o pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos. A ação é resultado da Operação Penalidade Máxima II e já foi recebida pela Justiça. 
O MP apontou oito jogos do Campeonato Brasileiro da Série A e um da Série B de 2022; e quatro em campeonatos estaduais deste ano. Entre os denunciados, sete são jogadores.
A denúncia detalha 23 fatos, como o cometimento de pênaltis e o recebimento de cartões. O objetivo era apostar nesses eventos induzidos e receber o dinheiro.
O advogado especialista em Direito dos Jogos, Filipe Senna, explicou que os jogadores podem responder por manipulação de resultados e estatísticas, com pena de dois a seis anos de prisão. Além da área criminal, podem ter uma pena ética na Fifa e na CBF.
"De, ao menos, cinco anos de suspensão, e o pagamento de uma multa de 100 mil francos suíços, no caso da Fifa - o que dá aproximadamente meio milhão de reais. A depender da gravidade dessa manipulação, essa suspensão de cinco anos pode se tornar um banimento de qualquer competição profissional".
Segundo o advogado, os clubes podem tomar medidas internas contra esses jogadores, inclusive uma possível rescisão de contrato. Já as casas de apostas podem ter mais dificuldades.
"Na situação atual, da regulamentação das apostas esportivas no Brasil, ainda é um pouco difícil que elas demandem indenizações desses jogadores, pois quase todas estão sediadas fora do Brasil, sem representação nacional".
Filipe Senna diz que uma futura regulamentação poderia permitir que as casas de apostas exigissem uma indenização contra jogadores ou aliciadores em esquemas de fraude.
