Em meio às repercussões após a fala do presidente Lula sobre os conflitos na Faixa de Gaza, o secretário de estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, se reúne com o presidente brasileiro, nesta quarta-feira (21), em Brasília. O representante estadunidense vem ao Brasil para participar dos encontros de ministros do G-20, no Rio de Janeiro. Segundo a embaixada dos Estados Unidos, serão tratados assuntos bilaterais e globais, como o apoio do país à presidência do Brasil no grupo.
No entanto, a visita a Brasília acontece em um momento de crise diplomática, depois que o presidente Lula disse que o que ocorre na Faixa de Gaza, com os palestinos, “já existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”. Após a fala, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, convidou o embaixador do Brasil no país, Frederico Meyer, para uma reunião. No encontro, o chanceler pediu explicações sobre a declaração de Lula, e classificou o presidente como “persona non grata” em Israel. Na linguagem diplomática, significa que o representante do país não é mais bem-vindo naquele território.
Com isso, o Ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, convocou o representante do Brasil, em Israel, de volta. Segundo nota do Itamaraty, a convocação foi feita “diante da gravidade das declarações do governo de Israel”.
Durante visita oficial à Etiópia, o presidente Lula classificou como genocídio as mortes de milhares de civis, provocadas por Israel, na Faixa de Gaza. Desde os ataques do Hamas, contra israelenses, há mais de quatro meses, o exército israelense matou mais de 28 mil palestinos, incluindo mulheres e crianças, segundo as Nações Unidas.
