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Saúde

Doação da Loterj triplicará transplantes de medula óssea no Rio

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 24/10/2018 - 17:06
Rio de Janeiro

O Setor de Hematologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) vai elevar de dois para seis o número de transplantes de medula óssea por mês. Isso será possível graças à doação, pela Loterj, em parceria com o RioSolidário, de R$ 632 mil, cuja liberação foi assinada hoje (24).

O Pedro Ernesto é o único hospital estadual fluminense que faz transplantes de medula em adultos e crianças e só tem dois leitos para esse tipo de procedimento desde 2007.

A chefe do Setor de Hematologia do hospital, Patrícia Horn, disse que os recursos doados serão usados para equipar a sala de transplantes de medula. Quatro leitos serão adaptados para receber filtros de ar hepa, que diminuem os riscos de infecção nesses pacientes. Isso triplicará o número de transplantes autólogos de medula óssea, feitos pelo Hupe, em que um paciente recebe sua própria medula como parte do tratamento.

A fila de transplantes autólogos de medula óssea no Pedro Ernesto tem 14 pacientes. “Nesse ritmo de dois por mês, o último paciente demoraria seis meses para ser atendido. Com maior capacidade, a gente faria em dois meses ou, no máximo em três meses”, estimou Patrícia Horn.

Um leito é destinado à coleta da célula-tronco, para depois infundir no próprio paciente. Normalmente, o Hupe interna um ou dois pacientes para coleta, que ocorre em três dias, em média. Segundo Patrícia, após esse prazo, ele é liberado e volta uma semana depois para nova internação, que se estende entre 12 e 17 dias, em média. “Com seis leitos, vai ser mais fácil. Esses leitos vão estar aptos ao transplante.”

Obras

De acordo com a médica, necessitam doe transplante de medula óssea pacientes com linfomas Hodgkin e não-Hodgkin, mielomas múltiplos e amiloidoses, entre outras doenças.

Com o processo de licitação encerrado, a expectativa é que até dezembro sejam iniciadas as obras que, de acordo com arquitetos, deverão se estender por quatro a cinco meses. Com isso, a perspectiva é que em julho de 2019 comecem a ser feitos seis transplantes autólogos de medula óssea/mês. “Acredito que até o meio do ano que vem, já deva estar pronto para uso.”

A atualização da planta elaborada pelo Setor de Hematologia há dois anos poderá levar a Loterj a fazer nova doação ao Hupe. Patrícia Horn informou que, para a reforma do laboratório e da secretaria, serão necessários cerca de R$ 300 mil.

Fazem parte da equipe da hematologia 10 médicos de adultos, quatro hematologistas de crianças, quatro enfermeiros formados, dois biólogos, uma psicóloga, uma assistente social, cerca de 15 técnicos de enfermagem e duas secretárias.

A Loterj destina 70% do seu lucro líquido para a área social.