O depoimento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados foi marcado por muitos embates com a oposição.
Convidado a falar sobre as ações pós 8 de janeiro, a política de armas e as prioridades de sua gestão, Dino foi interrompido diversas vezes e chegou a reclamar da pouca efetividade de alguns pontos em discussão.
Sobre um dos requerimentos que o levaram prestar esclarecimentos na Comissão, Dino chamou de esdrúxula a afirmação de que sua ida a uma audiência pública no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, no dia 15 de março, se deu porque o ministro teria envolvimento com o crime organizado.
O ministro ressaltou que autoridades policiais do estado foram comunicadas dias antes sobre a agenda e que irá a outros compromissos similares.
O episódio levou o ministro da Justiça a protocolar uma notícia-crime no STF contra sete parlamentares por fake News. Um dos citados, o deputado Carlos Jordy, defendeu que a ação fere a imunidade parlamentar.
Sobre os ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, Dino afirmou que as providências que cabiam ao governo federal foram tomadas, se referindo à intervenção na segurança pública. Esse ponto foi rebatido pela deputada Carolina De Toni, do PL de Santa Catarina, que comparou a resposta aos atos antidemocráticos ocorridos na capital federal com os de vandalismo que atingem o Rio Grande do Norte.
Mais de 100 deputados se inscreveram para fazer perguntas ao ministro da Justiça, que se dispôs a retornar à comissão para continuar o debate. A sessão durou quatro horas e meia.