Projeto ELLAS reúne dados sobre carreiras científicas de mulheres
No dia 11 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, data escolhida pela ONU para incentivar a igualdade de gênero na ciência. E uma ferramenta promete ser um importante auxílio nesta luta: a plataforma ELLAS, desenvolvida pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e uma rede de profissionais da América Latina.
O projeto, ainda em testes, é uma ferramenta que integra dados primários e secundários sobre a carreira de mulheres e meninas nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática na América Latina. A escassez de dados sobre essas trajetórias motivou a criação da ferramenta.
A iniciativa já conta com mais de dez mil respostas em pesquisas empíricas e parcerias para fornecer dados para políticas públicas que promovam a liderança feminina no setor, como explica a professora da UFF Luciana Salgado, coordenadora do projeto na instituição.
“A plataforma poderá servir para a elaboração de políticas públicas, especialmente políticas que promovam a liderança feminina no setor. A gente precisa de políticas desde a educação básica, que ajudem a educação básica a promover espaços, a promover educação de qualidade, onde as meninas e os meninos e todas as pessoas tenham acesso à informação, percebam que o mundo pode ser conquistado por elas”.
Entre as barreiras verificadas pelo projeto estão estereótipos de gênero, falta de apoio familiar e a ausência de modelos de liderança feminina. Apesar de estudos comprovarem que a diversidade aumenta a eficiência em equipes científicas e tecnológicas, as mulheres ainda enfrentam barreiras desde a escolha da carreira até a ocupação de posições de liderança. Sobre isso, explica Luciana Salgado.
“Essas barreiras começam, aparecem na vida das meninas ainda quando elas são bem jovens, dentro de casa, falta de apoio familiar, os preconceitos, os estereótipos de gênero”.
A equipe do projeto é composta por oito instituições, sendo quatro brasileiras. São mais de sessenta pessoas dos três países participantes: Brasil, Bolívia e Peru.
A expectativa é que a plataforma seja lançada em maio deste ano.
