Coronel Nunes é eleito vice-presidente mais velho da CBF

Publicado em 16/12/2015 - 20:53 Por Cristina Índia do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O coronel Antônio Carlos Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol, foi eleito hoje (16) vice-presidente da CBF. Candidato único e representante da Região Sudeste, ele foi eleito durante assembleia no auditório da entidade, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. 

Coronel Nunes

Coronel Nunes recebeu apoio de 44 das 67 federações e clubes das séries A e B com direito a votoCBF/Divulgação

Das 67 federações estaduais e clubes das séries A e B com direito a voto, Nunes conseguiu apoio de 44. Houve ainda três votos contra, três em branco e cinco abstenções. Caso ocorra a renúncia de Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, Nunes assume a presidência por ser o vice-presidente mais velho, conforme determina o estatuto da entidade. Ele tem 79 anos.

O novo vice-presidente informou que considera a eleição uma continuação do trabalho iniciado na Federação de Futebol do Pará. Nunes afirmou que a função como vice-presidentes é colaborar com o presidente da melhor forma possível.

“Aceitar aquilo que deve ser modificado, atender e ouvir os clubes, refletir primeiro para depois decidir. Acredito que, nesse somatório, nesse conjunto de ações, poderemos melhorar muita coisa administrativamente e também o futebol dentro do campo, para alegria do torcedor brasileiro.”

O presidente em exercício da CBF, Marcus Vicente, que assumiu o cargo com a licença de Marco Polo Del Nero, admitiu que houve questionamentos para a eleição de Nunes, mas considerou a assembleia “absolutamente tranquila”.

Segundo ele, o edital publicado para convocação da eleição diante da vacância do cargo após a renúncia de José Maria Marin foi suficiente para que os clubes e as federações entendessem o momento importante que a confederação atravessa e a necessidade de compor todas as vagas da vice-presidência.

Marin foi preso no dia 27 de maio em Zurique, na Suíça, com outros dirigentes ligados à Federação Internacional de Futebol (Fifa), onde participaria de uma reunião da entidade máxima do futebol.

Polêmicas

Até ontem (15) à noite a eleição estava ameaçada pela decisão do juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca, que suspendeu a assembleia geral e fixou multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento. A desembargadora Cláudia Pires dos Santos Ferreira, da 6ª Câmara Cível do Rio, acolheu recurso da CBF e permitiu a realização da eleição de vice-presidente.

Para o presidente da Federação de Futebol de Pernambuco, Evandro Carvalho, a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) garantiu a legalidade do pleito e, por isso, não deve haver contestação. “Não antevejo nenhuma possibilidade de questionamentos sobre a legalidade da assembleia”, afirmou.

Evandro Carvalho disse que não vê problemas na posse do presidente da Federação paraense como representante da Região Sudeste. Acrescentou que é a favor de mudanças no estatuto, de modo que tenha apenas uma vice-presidência executiva, ao contrário das cinco atuais. “Sou contra as cinco vice. Acho uma bobagem e uma perda de oportunidade para se consolidar uma liderança. Entendo, defendo e já propus quatro vezes uma reforma para uma única vice-presidência executiva.”.

Vice-presidente da CBF, Gustavo Dantas Feijó, ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol, contestou a falta de cumprimento de artigos do estatuto, mas ponderou que, de acordo com o que está previsto no documento, a eleição representou um processo democrático. “Não se pode classificar isso como golpe, porque estaríamos colocando coisas que estatutariamente estão sendo cumpridas”, esclareceu.

Para o vice-presidente Delfim de Pádua Peixoto Filho, a eleição foi um golpe. “Jogada política, golpe, porque fazer uma eleição não é só o fato de pegar alguém do Pará e botar no Sudeste. Os vice- presidentes não foram ouvidos pela licença do presidente. Tem um artigo no estatuto que diz que o presidente para se licenciar tem de se reunir com os vice-presidentes. Ele não se reuniu conosco e nem pediu autorização para se licenciar. A licença dele é irregular”, concluiu.

Edição: Armando Cardoso

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