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Internacional

Republicanos conquistam maioria na Câmara; EUA têm Congresso dividido

Democratas mantiveram controle do Senado
Richard Cowan - Repórter da Reuters
Publicado em 17/11/2022 - 07:32
Washington
Capitólio dos Estados Unidos, centro legislativo do governo norte-americano
© Mary F. Calvert/Reuters/direitos reservados
Reuters

Os republicanos conquistaram a maioria das cadeiras na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos (EUA), mostraram projeções nessa quarta-feira (16), definindo um cenário para dois anos de Congresso dividido. Os democratas, do partido do presidente Joe Biden, mantiveram o controle do Senado.

A vitória na Câmara dá aos republicanos o poder de colocar rédeas na agenda de Biden, assim como o de iniciar investigações politicamente prejudiciais sobre seu governo e família, embora o resultado tenha sido bem menor do que a onda que os republicanos esperavam. 

A projeção final foi feita após mais de uma semana de contagem de votos, à medida que a Edison Research estimou que os republicanos haviam conquistado os 218 assentos necessários para controlar a Câmara. A vitória republicana no 27º distrito congressional da Califórnia consolidou a maioria do partido na Casa. 

O atual líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, terá um desafio à frente, já que precisará unir sua inquieta bancada em votações importantes para decidir os orçamentos do governo e das Forças Armadas, no momento em que o ex-presidente Donald Trump lançou nova candidatura à Casa Branca em 2024. 

A derrota retirou parte do poder de Biden em Washington, mas nessa quarta-feira ele cumprimentou McCarthy e disse que trabalharia para obter resultados. "O povo americano quer que façamos as coisas por ele", disse Biden.

Os democratas contaram com um impulso eleitoral proporcionado pela rejeição a candidatos republicanos de extrema direita, muitos deles aliados de Trump, incluindo Mehmet Oz e Doug Mastriano, nas disputas pelo Senado e governo da Pensilvânia, respectivamente, e Blake Masters, na disputa ao Senado em Arizona. 

Mesmo que a onda esperada pelos republicanos na Câmara não tenha sido alcançada, os conservadores vão se ater à sua agenda. 

Em retaliação a duas iniciativas de impeachment movidas pelos democratas contra Trump, os republicanos se preparam para investigar negociações comerciais de autoridades do governo Biden e do filho do presidente, Hunter, além do próprio Biden, no passado com a China e outros países. 

Na frente internacional, os republicanos podem buscar reduzir os repasses militares e econômicos dos EUA à Ucrânia, na guerra contra as forças russas.

Os Estados Unidos voltam à dinâmica de poder pré-2021 em Washington, enquanto os eleitores se dividiram em direções opostas pelas duas principais questões durante a campanha das eleições de meio de mandato. 

A inflação em alta deu aos republicanos munição para atacar os democratas, que conquistaram trilhões de dólares em novos investimentos durante a pandemia de covid-19. Com o aumento dos preços nas compras do mês, na gasolina e no aluguel, também cresceu o desejo de punir os democratas na Casa Branca e no Congresso. 

Ao mesmo tempo, houve um movimento para a esquerda, após a decisão da Suprema Corte que suspendeu o direito ao aborto, em junho, e enfureceu ampla parcela de eleitores, impulsionando candidatos democratas. 

As pesquisas de boca de urna da Edison Research mostraram que cerca de um terço dos eleitores considerou a inflação sua principal preocupação. Para um quarto dos eleitores, o aborto era a principal preocupação, e 61% eram contrários à reversão da decisão da Suprema Corte.

(Reportagem adicional de Richard Cowan e Costas Pitas)

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