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Internacional

AIEA alerta para "situação extremamente grave" em Zaporizhia

Moscou acusa Ucrânia de estar por trás de ataques à central nuclear
Lusa*
Publicado em 09/04/2024 - 13:04
Kiev
File photo - One of the six reactor building are seen on the premises of the Zaporizhia Nuclear Power Station, the largest NPP in Europe and among the top 10 largest in the world, Enerhodar, Zaporizhzhia Region, southeastern Ukraine, July 9, 2019. There was growing concern on Monday that the ongoing war in Ukraine could lead to serious damage at Europe's largest nuclear power plant. Ukraine and Russia accuse each other of shelling the Zaporizhzhia Nuclear Power Station — a sprawling facility on Russian occupied ground that continues to function as the war rages around it. Russian emergency services released images of damage around the plant after both sides traded fresh accusations of shelling the compound. Photo by Dmytro Smolyenko/Ukrinform/ABACAPRESS.COMNo Use Russia.
© Reuters/Smoliyenko Dmytro/Ukrinform/ABAC/Proibida reprodução
Lusa

Uma explosão, após suposto ataque com drone na Central Nuclear ucraniana de Zaporizhia não prejudicou a sua segurança, mas acentuou a “situação extremamente grave” na unidade, alertou nesta terça-feira (9) a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A agência das Nações Unidas, citada pela Associated Press, indicou que foi informada hoje de uma explosão na maior central nuclear europeia, situada no Sul da Ucrânia e ocupada pela Rússia no início da invasão do país, em fevereiro de 2022. A explosão teria sido causada por um ataque com drone (aparelho aéreo não tripulado).

Nessa segunda-feira, Moscou alegou que a Ucrânia estava por trás de ataques com drones às instalações da central nuclear, ocorridos no dia anterior, e Kiev acusou a Rússia de usar táticas de desinformação.

A AIEA informou no domingo (7) que seus inspetores confirmaram “o impacto físico das detonações de drones” e observaram como “as tropas russas enfrentaram o que parecia ser um drone que se aproximava”.

Os ataques mais recentes não comprometeram a instalação, que foi projetada para resistir à colisão de um avião comercial, disse a agência

O órgão de vigilância da ONU tem expressado repetidamente que o conflito pode gerar um desastre nuclear, lembrando a explosão de um reator em Chernobyl, em 1986, no Norte da Ucrânia, que projetou radiações mortais por vasta área.

Os seis reatores de Zaporizhia estão desligados há meses, mas a central ainda precisa de energia e de pessoal qualificado para operar sistemas de refrigeração cruciais e outros recursos de segurança.

Oleksandr Kharchenko, diretor do Centro de Pesquisa da Indústria Energética, com sede em Kiev, disse que não fazia sentido que as forças ucranianas atacassem a central nuclear porque a Ucrânia necessitará da energia que produz, numa fase em que a Rússia voltou a visar a rede elétrica do país.

“O ponto principal para o lado ucraniano neste momento, especialmente na situação em que nos encontramos, é salvar Zaporizhia, porque, para os nossos sistemas energéticos, essa unidade é uma mudança crítica no jogo”, disse Kharchenko.

A guerra na Ucrânia prolonga-se há mais de dois anos, sem avanços significativos de ambas as partes. A Rússia tem assumido a iniciativa nos últimos meses e feito progressões no Leste do país, diante das forças ucranianas que enfrentam falta de homens e de munições.

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