O Ministério Público Federal denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o filho dele, Luiz Cláudio Lula da Silva, pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia se baseia nas investigações da Operação Zelotes, que apura um esquema de venda de sentenças do Carf, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
No caso que envolve Lula, o filho dele teria negociado irregularmente com o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni a compra de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro. O grupo também teria combinado prorrogar incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio de uma medida provisória.
O Ministério Público Federal afirma que os crimes foram praticados entre 2013 e 2015 quando Lula, na condição de ex-presidente, teria integrado um esquema que prometia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC, grupo Caoa e SAAB. Em troca, Mauro e Cristina teriam repassado ao filho do ex-presidente R$ 2,5 milhões.
De acordo com o Ministério Público, não existe nenhuma prova de que a ex-presidenta Dilma Rousseff tivesse conhecimento do esquema criminoso.
A denúncia diz que os lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni cometeram os crimes de tráfico de influência, em três ocasiões; lavagem de dinheiro, nove vezes; organização criminosa e evasão de divisas.
Lula é suspeito de tráfico de influência, três vezes; lavagem de dinheiro, nove vezes; e organização criminosa. Já o filho dele, Luiz Cláudio Lula da Silva foi denunciado por lavagem de dinheiro, nove vezes, e organização criminosa.
Em nota, os advogados do ex-presidente dizem que a investigação do Ministério Público se baseia em procedimentos que tramitavam de forma oculta e sem acesso à defesa. E que, mesmo após a divulgação da denúncia, os advogados não conseguiram acesso ao teor da acusação.
A defesa de Lula afirma que é uma prática recorrente do Ministério Público transformar a denúncia em um espetáculo midiático, prejudicando ainda mais o Estado Democrático de Direito. E reitera que nem o ex-presidente Lula, nem o filho dele participaram ou tiveram conhecimento de qualquer ato relacionado à compra dos aviões ou de medidas provisórias.
Não conseguimos contato com os demais denunciados.
* Atualizada às 22h para complementação de informações