Publicado em 20/11/2018 - 21:30 Por Renata Martins - Brasília
Relatório de Segurança de Barragens elaborado pela Agência Nacional de Águas aponta que o número de barragens vulneráveis no Brasil passou de 25, em 2016 para 45, em 2017.
O documento classifica ainda mais de 3.500 barragens como Categoria de Risco.
Ao todo vinte e quatro mil e noventa e duas barragens foram cadastradas por órgãos estaduais e federais de fiscalização até 2017. A ANA - Agência Nacional de Águas - avalia que esse número seja pelo menos três vezes maior.
O Relatório avaliou dois tópicos: o primeiro, a Classificação de Risco, que considera os aspectos da própria barragem que podem influenciar na ocorrência de acidentes. Nessa classificação estão mais de 3 mil e quinhentas estruturas.
Já no segundo ponto avaliado, o Dano Potencial Associado, estão quase 6 mil barragens. Essa avaliação considera a possibilidade de dano externo causado pelo rompimento da estrutura, como o impacto às populações que vivem nas áreas próximas.
723 unidades têm a classificação mais alta nas duas categorias. Mais de 90 por cento estão no Nordeste.
Na região Norte, barragens no Pará, Rondônia e Tocantins apresentam esse alto risco duplo. Uma delas é a Barragem Companhia de Tocantins, no município paraense de Xinguara.
No Brasil, 45 estruturas foram indicadas pelos órgãos fiscalizadores como mais preocupantes. A maioria devido a problemas de baixo nível de conservação.
Fernanda Laos coordenadora de regulação de serviços públicos e da segurança de barragens da ANA destaca que os números não representam um aumento de barragens ou de áreas de risco e sim um maior número de informações incluídas no sistema.
Apesar do aumento no número de barragens mais vulneráveis, a quantidade de fiscalizações diminuiu ano passado, quando foram feitas 780 fiscalizações, um decréscimo de 16% com relação a 2016.
Para Fernanda Laos a prevenção é a principal forma de evitar acidentes. Ela destaca de quem é essa responsabilidade.
O relatório aponta ainda que 2017, houve quatro acidentes e 10 incidentes, todos sem registro de mortes.
Lembrando que o maior desastre ambiental do Brasil ocorreu há cinco anos, em Mariana, Minas Gerais, por causa do rompimento de uma barragem da mineradora Samarco.
Em fevereiro deste ano, o transbordamento de resíduos vindos da empresa Hydro Alunorte, produtora de alumina, em Barcarena no Pará, atingiu comunidades próximas a empresa.
A maioria dos represamentos artificiais no Brasil, 41 por cento, são barragens de irrigação. Além dos represamentos por acúmulo de água e para geração de energia, essas barragens também são construídas para armazenar rejeitos de minérios ou industriais.