Comissão da Alerj aprova relatório a favor de impeachment de Witzel

Decisão foi por 24 a 0; o único membro que não votou está licenciado

Publicado em 17/09/2020 - 18:05 Por Tâmara Freire - Rio de Janeiro

A comissão de impeachment da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro decidiu, por 24 votos a zero, dar prosseguimento ao processo contra o governador afastado Wilson Witzel. O único faltante dos 25 membros foi o deputado João Peixoto, que está licenciado por questões de saúde.

O voto que sacramentou o resultado praticamente unânime foi dado pelo presidente da comissão, Chico Machado.

Agora, o parecer elaborado pelo relator da comissão, deputado Rodrigo Bacelar, recomendando a continuidade do impeachment, será votado pelo plenário da Casa, em sessão que deve ocorrer na semana que vem. Caso a continuidade do processo seja aprovada por 36 dos 70 deputados, a maioria simples, Witzel será afastado novamente por 180 dias.

Durante esse tempo, o Tribunal de Justiça vai compor uma comissão com cinco deputados e cinco desembargadores, escolhidos em sorteio, que vai decidir sobre a cassação definitiva de Witzel.

Durante cerca de duas horas, Bacelar leu as 77 páginas do seu parecer, concluindo pela admissibilidade do processo.

Witzel responde ao processo de impeachment por causa das denúncias de desvios e fraudes na contratação das organizações sociais Unir, responsável pela gestão de diversas unidades de saúde do estado, e Iabas, que deveria construir e administrar os hospitais de campanha para atender pacientes com Covid-19.

O autor do pedido de impeachment, deputado Luiz Paulo Correa da Rocha, alegou em seu voto que, além de ter permitido as ilegalidades, Witzel também tirou proveito delas, conforme indicaria a investigação que levou ao afastamento temporário do governador pela Justiça estadual. Mas, para ele, isso não exime a Alerj de tomar também uma decisão política.

O governador afastado se manifestou pelo Twitter. Disse que a recebe a decisão da Alerj com respeito e tranquilidade e que vai fazer sua defesa presencial em plenário, demonstrando que não cometeu crime de responsabilidade.

Witzel afirmou ainda que vem sendo acusado sem provas e sem direitos a ampla defesa, e que, na verdade, determinou a investigação e o afastamento das pessoas que tentaram instalar a corrupção e o crime organizado em seu governo.

 

Ouça também:

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MPF apresenta nova denúncia contra Wilson Witzel

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Edição: Sumaia Villela

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