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RJ: Gaeco denuncia 58 policiais e requer bloqueio de R$ 300 milhões

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Carolina Pessôa - Repórter da Rádio Nacional
05/09/2024 - 18:47
Rio de Janeiro

O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Gaeco, denunciou à Justiça, nos seis primeiros meses deste ano, 58 policiais civis e militares. Entre eles estão 29 policiais militares na ativa, 11 ex-policiais ou aposentados, 12 policiais civis, dois ex-policiais civis ou aposentados, um policial penal e três delegados de polícia.

Para o sociólogo e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Cláudio Souza, esses números poderiam ser ainda mais elevados.

“Para cada um desses aí presos, para cada um identificado, para cada um atingido pela estrutura do Judiciário e da própria estrutura de segurança pública existe um volume imenso que não é identificado, que é protegido, que se encontra abrigado dentro da estrutura do Estado”.

Ainda na visão do especialista, para mudar esse cenário é preciso mais do que uma reforma, e sim um outro projeto político.

“Você tem que fazer uma ruptura radical com essa estrutura, você tem que reconstruir toda essa estrutura de segurança. Para você ter que fazer isso você tem que ter um projeto político outro”.

As denúncias também incluem 92 servidores e ex-servidores públicos, três ex-prefeitos, cinco ex-secretários municipais e mais 26 outros prestadores de serviços públicos.

O coordenador do Gaeco, promotor de justiça Fabio Corrêa, resume os crimes praticados.

“Foram oferecidas denúncias não só com relação à associação para o tráfico, no caso de facções de tráfico, organizações criminosas, no caso de milícia e organizações do tipo contravenção, como também em relação aos crimes correlatos por elas praticados, sejam extorsões, homicídios, e toda a sorte de modalidades de delitos que estes grupos praticam”.

O Gaeco deflagrou no período 42 operações para cumprimento de mandados obtidos na Justiça. Além disso, foi pedido o bloqueio de mais de R$ 300 milhões das contas das pessoas investigadas ou denunciadas.

Entre as operações está a Força-Tarefa para o caso Marielle Franco e Anderson Gomes, e a operação Jammer. Durante as ações foram presos envolvidos no crime contra a vereadora e seu motorista, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.

Outras operações deflagradas foram as Petrorianos, Escritório do Crime, Naufrágio e Às de Ouros.

No total, durante este período, foram oferecidas à Justiça 44 ações penais contra um total de 325 pessoas.

A Assessoria de Imprensa da Polícia Militar informou que a corporação não compactua com desvios de conduta cometidos pelos seus entes e que acompanha as investigações do Ministério Público e mantém-se à disposição para colaborar com as apurações. A Polícia Civil também foi procurada mas não respondeu até o fechamento da reportagem,