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Health

Dia Mundial de Combate à Tuberculose conscientiza sobre a prevenção

Maior parte dos casos registrados no Brasil são entre pretos e pardos.
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Desirée Miranda – Repórter da Rádio Inconfidência
24/03/2025 - 10:12
Belo Horizonte
A doutora Luciana Souza compara duas radiografias de tórax diferentes de um paciente enquanto conversa com um colega de um hospital de campanha criado para tratar pacientes que sofrem da doença de coronavírus (COVID-19) em Guarulhos, São Paulo
© REUTERS / Amanda Perobelli/Proibida reprodução

Essa segunda-feira (24/3) é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, data dedicada à conscientização sobre a prevenção, os sintomas e o tratamento da doença. Segundo a prefeitura de Belo Horizonte, em 2024, a capital registrou 1.091 casos de tuberculose. Já em 2025, nos dois primeiros meses, foram confirmados 121 casos.

Apesar de ter cura, a tuberculose ainda é endêmica no Brasil e é de fácil transmissão, conforme explica a pneumologista da Santa Casa BH, Michele Andreata. 

“A tuberculose pode ser transmitida pela tosse, espirro, fala de pessoas que têm a forma ativa pulmonar. A transmissão geralmente acontece em locais fechados, mal ventilados e com a alta aglomeração de pessoas. Os principais sintomas são tosse persistente por mais de três semanas, com febre, expectoração amarelada, podendo ter rajas de sangue e acompanhado de um suor noturno, com perda de peso inexplicada e uma febre baixa que geralmente passa despercebida, porque ela acontece no final do dia. As populações mais vulneráveis são aquelas com o sistema imunológico comprometido, como as portadoras de Aids e aquelas pessoas consideradas desnutridas. Ou com doenças autoimune. Os locais também com alta aglomeração de pessoas, como asilos e prisões, são locais que geralmente propiciam essa disseminação, que pode aumentar também pela baixa adesão ao tratamento ou abandono do tratamento pelas pessoas já diagnosticadas com a doença.”

Outro motivo para a presença da tuberculose, de acordo com a médica, é o medo do diagnóstico e o abandono do tratamento. 

“Está também relacionado à demora no diagnóstico. porque as pessoas demoram e têm medo de serem diagnosticadas com tuberculose. Sendo que o tratamento é totalmente ofertado, e somente é ofertado pelo SUS. As formas mais graves dessa doença podem ser prevenidas com uma medida simples: a vacinação de BCG. Ela é oferecida no SUS e principalmente para os recém-nascidos.”

Segundo o painel “Epidemiologia e Desigualdades – doenças e agravos na população para raça e cor”, do Ministério da Saúde, em 2023, dos 84.593 casos de tuberculose confirmados no Brasil, cerca de 60% foram registrados entre pretos e pardos, enquanto a população branca representou 23,38%. Além disso, a análise do desfecho de tratamento indica que as pessoas pretas e pardas interrompem o tratamento com maior frequência entre os casos novos da doença.