MPF recomenda tombamento do DOI-Codi na Tijuca pelo Iphan
O Ministério Público Federal recomendou que o Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, priorize o tombamento do prédio onde funcionou o Centro de Operações de Defesa Interna, conhecido como DOI-Codi, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.
Segundo o MPF, o processo tramita há mais de dez anos no instituto.
O DOI-Codi foi um órgão ligado ao Exército, que funcionou durante a ditadura militar, entre os anos de 1964 e 1984, como uma agência de repressão política. No local, os considerados inimigos do governo eram encarcerados, torturados e mortos. Havia unidades em diferentes cidades, como São Paulo, Recife e Porto Alegre, além do Rio de Janeiro.
O prédio na Tijuca, onde atualmente funciona o 1º Batalhão de Polícia do Exército do Rio de Janeiro, recebeu dezenas de presos políticos durante a ditadura militar, como o engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva, cuja história foi retratada no filme “Ainda estou aqui”.
O ex-parlamentar foi levado da casa dele, no Rio de Janeiro, por agentes do Centro de Informações da Aeronáutica, há 54 anos. Além de Paiva, a Comissão Nacional da Verdade identificou pelo menos 434 pessoas mortas ou desaparecidas pelas forças ditatoriais.
O MPF recomenda que o Iphan conclua a fase de instrução do processo de tombamento, na qual são colhidas provas, ainda em 2025, avalie a possibilidade de um tombamento provisório e crie um espaço no site institucional para que a sociedade tenha acesso a informações do processo de tombamento.
De acordo com o Ministério Público, há uma demora injustificada e desproporcional para conclusão do processo no Iphan.
A recomendação, segundo o MPF, tem como objetivo a preservação da memória e promoção da verdade e justiça sobre o período da ditadura militar.
A instalação de um centro de memória no local é demanda antiga de familiares e organizações que lutam por justiça, reparação e para que a história que custou a vida de tantas pessoas não seja esquecida.
No último dia 11 de janeiro, a Associação Brasileira de Imprensa, o Grupo Tortura Nunca Mais RJ e a ONG Rio de Paz se uniram na frente do 1º Batalhão de Polícia do Exército do Rio de Janeiro para reivindicar a necessidade de tombamento do prédio pelo Iphan.
O Instituto foi procurado, mas não retornou até o encerramento desta reportagem.
*Com informações da ABr.
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