Servidores da Fiocruz decidem manter a greve que já dura uma semana

Os trabalhadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) decidiram hoje (23) manter a greve iniciada na quinta-feira passada (16). Eles querem que o governo federal ofereça um reajuste que compense as perdas inflacionárias dos últimos cinco anos e conceda 2% de ganho real. A proposta apresentada pelo governo federal oferece reajuste de 21,3% parcelado em quatro anos e foi recusada.

“A oferta do governo não repõe a inflação passada, e a próxima, calculada em 27,3% até junho, segundo o Dieese [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos”, disse a presidenta da Associação de Servidores da Fiocruz, Justa Helena Franco. Segundo a associação, dos cerca de 6 mil servidores de diversas áreas da fundação, 70% estão paralisados.

Para encerrar a paralisação, a categoria sinaliza disposição para negociar um aumento de até 19% em dois anos, “compreendendo o momento político do país”, disse Justa. Ela explicou que o aumento escalonado proposto pelo governo, começando com 5,5% a partir de 2016, não cobre nem os gatos com a inflação deste ano, que já está em 7,16%, e não foi aceito.

Apesar da paralisação, serviços hospitalares, assistenciais e de emergência estão sendo mantidos. A fabricação de vacinas e medicamentos, considerados essenciais, também.

Os grevistas vão organizar aulas abertas e eventos públicos nos próximos dias. A próxima assembleia está marcada para um dia depois da próxima reunião de negociação com o Ministério do Planejamento, que ainda não tem data marcada.