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Internacional

Protestos na Nicarágua deixam 120 mil desempregados

Perdas chegaram a US$ 961,4 milhões
Agência EFE
Publicada em 13/11/2018 - 06:36
Manágua
Agência EFE

O Ministério de Relações Exteriores da Nicarágua informou que os protestos contra o presidente do país, Daniel Ortega, provocaram perdas de US$ 961,4 milhões e deixaram quase 120 mil pessoas sem emprego.

"Os danos ocasionados à economia foram calculados em US$ 205,4 milhões em destruições no setor público, US$ 231 milhões em perdas no setor turístico e US$ 525 milhões no transporte", disse o ministério em um relatório divulgado nessa segunda-feira.

"Tudo isso teve um impacto direto sobre a população, com a perda de 119.567 empregos e 7 bilhões de córdobas [cerca de US$ 219 milhões] em reduções no orçamento geral do governo", afirma o documento.

Protesto contra o governo de Daniel Ortega, na Nicarágua
Protesto contra o governo de Daniel Ortega, na Nicarágua - Oswaldo Rivas/Reuters/Direitos reservados

Segundo o Ministério de Relações Exteriores da Nicarágua, o país assistiu a uma tentativa de golpe de Estado por parte de grupos políticos disfarçados de organizações não governamentais (ONGs), associados ao crime organizado e financiados a partir do exterior.

"Elas [as ONGs] promoveram sequestros, torturas, extorsões, assassinatos, saques, obstrução de vias públicas, destruição e incêndios de edifícios públicos. Esta tentativa de golpe de Estado atentou contra a paz, a segurança, a estabilidade e a economia do povo da Nicarágua", informou o ministério.

"As ações terroristas e os crimes cometidos deixaram como resultado 198 pessoas mortas (o governo reconhece 199), das quais 22 eram membros da Polícia Nacional, 1.240 pessoas feridas, das quais 401 são oficiais das forças de segurança", afirmou o relatório.

Segundo o documento, 252 edifícios públicos foram vandalizados, 209 quilômetros de ruas e estradas destruídos. Além disso, 278 máquinas pesadas e 389 veículos foram inutilizados nos protestos.

A chancelaria nicaraguense ainda afirma que as autoridades do país trabalharam para identificar os responsáveis pelos crimes e que, até o início do mês, 273 pessoas foram presas no país.

O relatório também destaca que o governo de Ortega segue comprometido com a reconciliação e com a paz no país.

Nicarágua vive uma crise social e política que provocou uma série de protestos contra o presidente do país. Segundo organizações de direitos humanos locais e estrangeiras, entre 325 e 535 pessoas morreram desde abril. O governo só reconhece 199 vítimas.

O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) responsabilizaram o governo por mais de 300 mortes. Além disso, as duas organizações acusaram o país de promover execuções extrajudiciais, torturas, obstrução ao atendimento médico, prisões arbitrárias, sequestros e violência sexual.

Ortega negou as acusações e afirmou que foi vítima de uma tentativa de golpe de Estado por parte da oposição.