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Internacional

Cientistas criam sondas para medir derretimento de geleiras

Engenheiros querem saber o que fenômeno significa para elevação do mar
Steve Gorman - Repórter da Reuters
Publicada em 30/08/2024 - 11:32
LOS ANGELES
Geleiras na Antártica
© Maurício de Almeida - TV Brasil
Reuters

Engenheiros especializados em construir espaçonaves da Nasa, a agência espacial norte-americana, que exploram mundos distantes estão desenhando uma frota de sondas robóticas submersíveis para medir a rapidez com que as mudanças climáticas estão derretendo vastas porções de gelo perto da Antártida e o que esse fenômeno significa para a elevação do nível do mar.

O protótipo dos veículos, desenvolvidos pelo Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, próximo a Los Angeles, foi testado em base da Marinha norte-americana no Ártico, onde foi lançado sob o congelado Mar de Beaufort, ao norte do Alasca, em março.

"Esses robôs são uma plataforma para levar instrumentos da ciência às localidades de mais difícil acesso da Terra", afirmou em texto postado nessa quinta-feira (29), no site da Nasa, Paul Glick, engenheiro de robótica do laboratório e principal pesquisador do projeto IceNode.

As sondas têm como objetivo trazer dados mais precisos para medir quanto o aquecimento da água do oceano perto da Antártida está contribuindo para o derretimento do gelo costeiro do continente, permitindo assim que cientistas melhorem os modelos computadorizados que preveem o nível futuro da água do mar.

Uma análise do laboratório, publicada em 2022, descobriu que o afinamento e o desmoronamento das plataformas de gelo da Antártida reduziram sua massa em cerca de 12 trilhões de toneladas desde 1997, o dobro das estimativas anteriores.

Caso fosse completamente derretida, a perda da plataforma de gelo do continente elevaria o nível dos oceanos em cerca de 60 metros, de acordo com a Nasa.

As plataformas de gelo, placas flutuantes de água doce congelada que se estendem por quilômetros da terra até o mar, levam milhares de anos para se formar e agem como proteções gigantes segurando geleiras que, de outra forma, deslizariam facilmente para o oceano ao redor.

Imagens de satélite mostraram o "destacamento" em icebergs com taxa maior do que a natureza pode repor nas plataformas.

Ao mesmo tempo, o aumento da temperatura dos oceanos está destruindo as plataformas por baixo, fenômeno que os cientistas querem examinar com maior precisão com essas sondas.

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