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Internacional

Presidente sul-coreano enfrenta impeachment após declarar lei marcial

Projeto foi apresentado nesta quarta-feira por parlamentares
Reuters*
Publicado em 04/12/2024 - 08:15
Seul
O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol em Seul, Coreia do Sul
03/12/2024
Gabinete presidencial/divulgação via Reuters/Proibida reprodução
© Gabinete presidencial/divulgação via Reuters/Proibida reprodução
Reuters

Parlamentares sul-coreanos apresentaram nesta quarta-feira (4) projeto para impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, após ele declarar lei marcial e reverter a medida horas depois, desencadeando uma crise política na quarta maior economia da Ásia.

A surpreendente declaração de lei marcial no importante aliado dos Estados Unidos, na noite de terça-feira (horário local), levou a um impasse com o Parlamento, que rejeitou a tentativa de Yoon de proibir a atividade política e censurar a mídia, enquanto tropas armadas forçavam a entrada no prédio da Assembleia Nacional em Seul.

O principal partido de oposição, o Partido Democrático (PD), pediu que Yoon, que está no cargo desde 2022, renuncie ou enfrente um processo de impeachment.

Seis partidos da oposição sul-coreana apresentaram posteriormente um projeto no Parlamento para destituir Yoon, com votação marcada para sexta-feira (6) ou sábado.

"Não podíamos ignorar a lei marcial ilegal", disse aos repórteres o parlamentar do PD Kim Yong-min. "Não podemos mais deixar a democracia entrar em colapso."

Também houve divisões profundas no Partido do Poder Popular, de Yoon, e seu líder pediu a demissão do ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, e a renúncia de todo o gabinete. Kim ofereceu renúncia, informou o Ministério da Defesa.

Yoon disse à nação, em discurso na televisão nessa terça-feira à noite, que a lei marcial era necessária para defender o país das forças antiestatais pró-Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional livre, mas não citou nenhuma ameaça específica.

Cenas caóticas se seguiram quando tropas tentaram tomar o controle do prédio do Parlamento, embora tenham recuado quando assessores parlamentares os atacaram com extintores de incêndio, enquanto os manifestantes brigavam com a polícia do lado de fora.

Os militares disseram que as atividades do Parlamento e dos partidos políticos seriam proibidas e que a mídia e as editoras estariam sob o controle do comando da lei marcial.

Os parlamentares desafiaram o cordão de segurança e, poucas horas após a declaração, o Parlamento da Coreia do Sul, com 190 de seus 300 membros presentes, aprovou por unanimidade uma moção para que a lei marcial fosse suspensa, com a presença de 18 membros do partido de Yoon.

Em seguida, o presidente rescindiu a declaração da lei marcial, cerca de seis horas após sua proclamação.

Os manifestantes, do lado de fora da Assembleia Nacional, gritaram e bateram palmas. "Nós vencemos!", cantavam, e um manifestante tocava um tambor.

"Há opiniões de que foi um exagero adotar a lei marcial de emergência e que não seguimos os procedimentos, mas isso foi feito estritamente dentro da estrutura constitucional", disse um funcionário presidencial sul-coreano à Reuters por telefone.

Ainda não houve reação da Coreia do Norte ao drama da vizinha no Sul.

*(Reportagem de Jack Kim, Ju-min Park, Hyonhee Shin, Hyunsu Yim, Heekyong Yang, Joyce Lee e Josh Smith)

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