Propostas anticorrupção são resultado da ação da sociedade, diz procurador
Representantes do Ministério Público Federal (MPF) entregaram, simbolicamente, para movimentos sociais as 2,028 milhões de assinaturas de apoio às medidas anticorrupção propostas pelos investigadores da Operação Lava-Jato.
Depois, as cerca de 500 pessoas que lotaram o auditório da Procuradoria Geral da República, seguiram até a Câmara dos Deputados a fim de entregar o abaixo assinado aos membros da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção.
Para o coordenador da Câmara de Combate à Corrupção do MPF e subprocurador-geral da República, Nicolao Dino, o número de assinaturas em apoio à campanha !0 Medidas contra a Corrupção representa a vontade da sociedade.
Ele disse que o sucesso da campanha se deve ao protagonismo da sociedade. “A campanha só existe e só foi bem-sucedida porque a sociedade civil se engajou, acreditou e participou ativamente”.
Para o subprocurador, a corrupção está presente em todos os país e o diferencial está na maneira como cada país lida com ela.
“O Brasil responderá de uma forma bastante significativa. Essa campanha 10 Medidas traz um dado a mais, ou seja, é uma tentativa de melhorar, de aperfeiçoar o sistema em um patamar de qualidade, em nível de posição que outros países alcançaram”.
O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba e procurador da República, Deltan Dallagnol, esteve presente na cerimônia. Para ele, a sociedade mostrou que está agindo, com ações, contra o problema da corrupção.
“O que nós vemos hoje é um movimento de fortalecimento da sociedade civil em que a sociedade está se organizando para encerrar um problema contra o qual nos reclamávamos fazia muito tempo”, disse Dallagnol.
Para ele, “a sociedade está vendo que reclamar não é suficiente, que não bastam palavras. Nós precisamos agir, precisamos ir além e hoje a sociedade age com propostas construtivas apartidárias que são essas 10 medidas contra a corrupção”.
O procurador explicou uma das propostas da campanha. É a que propõe que partidos políticos possam ser responsabilizados por corrupção. “No cenário atual, empresas, pessoas jurídicas, podem ser punidas, se elas se envolvem com corrupção, mas partidos políticos não. Essa é a razão pela qual propomos uma das 10 medidas que é uma medida que contempla mudanças, como a criminalização do caixa 2 eleitoral, como a criminalização da lavagem de dinheiro eleitoral e a possibilidade de punir partidos políticos que venham a se envolver com a corrupção”, disse.