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Política

Governistas dizem ter votos contra denúncia da PGR; oposição busca estratégia

Iolando Lourenço - Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 31/07/2017 - 22:03
Brasília

Faltando dois dias para a sessão de votação da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara, deputados da base aliada e da oposição ainda não definiram suas estratégias de atuação. Enquanto os governistas trabalham para convencer os aliados a estarem no plenário para rejeitar a denúncia, os oposicionistas ainda divergem sobre o processo de votação e se reunirão amanhã (1º) para tentar fechar uma estratégia única que leve à autorização para o prosseguimento da denúncia.

Para que Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigar o presidente Temer, são necessários 342 votos contrários ao parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que recomenda a rejeição da denúncia. Líderes da base aliada afirmam ter votos suficientes para impedir o prosseguimento das investigações. Para derrubar a denúncia, são necessários, pelo menos, 172 votos, número que os governistas dizem ter.

Confiantes no resultado favorável a Temer, os líderes governistas querem que a votação ocorra na quarta-feira (2). O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, disse que só iniciará a votação quando 342 deputados marcarem presença no plenário. Com isso, a base aliada teme que a oposição não registre presença, obstruindo a votação.

“Defendo que a gente tenha quórum e que a oposição faça isso. Eles fizeram muito alarde e espero que estejam presentes na quarta-feira para votar. A gente tem número suficiente para barrar qualquer denúncia no plenário. Defendo que, quem está na base do governo, que se posicione a favor do país, tirando essa pedra do caminho”, disse o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos articuladores do governo na Casa.

Para ele, adiar a votação é “ruim para o país”, pois impede a votação de medidas consideradas importantes para o governo, como a reforma da Previdência. “A base de deputados e deputadas que apoiam o governo gira em torno de 380 parlamentares. É claro que, dentro dessa base, você tem determinados parlamentares que vão votar a favor da continuidade da denúncia. Defendo que, se vão votar a favor da continuidade da denúncia, que, também como a oposição, compareça ao plenário na quarta e marquem presença, se posicionem e votem a favor ou contra.”

PT quer votação

Já o líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), negou que a oposição queira obstruir a análise da denúncia para manter desgaste de Temer. “A decisão do PT é pelo afastamento, não existe essa conversa de deixar o presidente da República sangrar porque, a cada dia que passa, ele prejudica mais a população brasileira. Estamos vendo um desgoverno no país, a situação fiscal é calamitosa”, disse Zarattini.

Para o petista, os partidos oposicionistas devem fechar uma posição única de atuação na votação. “Vamos conversar com os partidos da oposição amanhã, na hora do almoço. Vamos ter uma conversa de forma a buscar uma tática comum a todos os partidos”. Além disso, o PT pretende questionar o rito determinado pelo presidente da Câmara, que prevê o encerramento da discussão após a fala de quatro deputados e a presença de 257 deputados, com início da votação com 342 deputados.

“Discordamos da impossibilidade da manifestação dos líderes parlamentares no seu tempo regimental. Além disso, ele [Rodrigo Maia] quer iniciar a votação com 342 deputados em plenário. Isso é um verdadeiro absurdo, porque esse número significa que não haverá quórum para o afastamento do presidente. Se apenas um deputado votar a favor do presidente e 341 votarem pelo afastamento, significa que não haverá quórum para o afastamento. Então, vamos pleitear que a votação seja iniciada com número bem superior a 342. Vamos fazer uma proposta que seja para mais de 400 deputados, consideremos 450 um número mínimo para iniciar essa votação”, defendeu Zarattini.

*Colaborou Ivan Richard Esposito


Fonte: Deputados do governo garantem ter votos para barrar denúncia contra Temer