Queimadas e seca levam Pará a decretar situação de emergência
O estado do Pará decretou situação de emergência por causa das queimadas e da seca na região. A estiagem prolongada tem reduzido os níveis de água em reservatórios, rios e aquíferos, além de impacto na agricultura, no abastecimento de água potável, pecuária e outras atividades. O decreto foi assinado, nessa terça-feira (17), pelo governador Helder Barbalho.
O Pará é o estado com a maior quantidade de focos de incêndio nas últimas 48 horas. Foram 1.149 focos em parques e áreas de proteção ambiental, além de outras áreas de preservação, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. No acumulado do ano, a quantidade de incêndios no Pará já é mais que o dobro que no mesmo período de 2023.
Em um único dia, a Secretaria de Meio Ambiente registrou mais de 600 focos em áreas de Unidade de Conservação. Quase a metade, na terra indígena Kayapó, que fica na cidade São Félix do Xingu, município brasileiro que mais registrou queimadas neste ano: mais de 6 mil focos desde janeiro.
E não é só o fogo. Segundo a Agência Nacional de Águas, a mesma terra indígena Kayapó enfrenta baixas severas no nível dos rios. Essa é a situação do rio Xingu e também do rio Tapajós, na cidade de Itaituba.
O Sistema Integrado de Monitoramento e Alerta Hidrometeorológico registrou, nesta quarta-feira (18), situação de "estiagem extrema" no Tapajós, com apenas 1,24 cm de altura, 33 cm abaixo do recorde mínimo anterior.
Mais ao oeste do estado, a terra indígena Mãe Maria, que sofre há dias com as chamas, recebeu dezenas de indígenas e brigadistas para combater o fogo, mas as aldeias não têm estrutura para as equipes. A presidente da Federação dos Povos Indígenas do Pará, Concita Sompré, pede apoio para água e comida.
Com o decreto de emergência no Pará, assinado nessa terça, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos estaduais sob a coordenação da Defesa Civil para ações de resposta ao desastre e recuperação dos cenários afetados.
*Com reportagem de Gabriel Correa.