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Segurança

Órgãos infectados por HIV: sócio de laboratório que fez laudos é preso

Defesa de Walter Vieira repudiou acusação de esquema criminoso
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Priscila Thereso - repórter da Rádio Nacional
14/10/2024 - 11:52
Rio de Janeiro
Polícia Civil do Rio de Janeiro
© Tânia Rêgo/Arquivo/Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza uma operação contra pessoas ligadas ao Laboratório PCS Saleme, responsável pelos exames falso-negativos de contaminação pelo vírus da Aids de órgãos para transplantes.

Walter Vieira, sócio do Laboratório, foi preso na manhã desta segunda-feira (14) durante a ação, que visa identificar os culpados pelos laudos que resultaram no transplante de órgãos e infecção de seis pacientes por HIV.

Os policiais cumprem 11 mandados de busca e quatro de prisão, nas cidades do Rio e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

A operação acontece um dia após a recomendação do Ministério Público à Secretaria de Estado de Saúde e Fundação Saúde para que adotem medidas de forma a aprimorar os procedimentos de análise das amostras de sangue de órgãos destinados ao Programa de Transplantes.

Segundo o MP, todos os testes deverão ser realizados exclusivamente pelo Hemorio, o Instituto de Hematologia estadual, especializado no tratamento de doenças hematológicas primárias de alta complexidade.

 E, caso haja alguma incapacidade no Hemorio para atender ao programa de transplantes com exclusividade, que seja feito um prévio estudo quanto à necessidade de terceirização através de processo de licitação.

A recomendação expedida neste domingo pela 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital foi uma resposta do MP à descoberta de contaminação de pacientes pelo vírus HIV em transplantes de órgãos, a partir de exames falso-negativos de dois doadores.

Esses exames foram realizados pelo Laboratório PCS Saleme, contratado de forma emergencial pela Secretaria Estadual de Saúde em dezembro do ano passado.

Depois disso, a Secretaria está testando novamente as amostras de 288 transplantados, após a contratação do laboratório, e abriu uma sindicância para apurar as responsabilidades pela falha.

Por meio de nota, as defesas de Walter e Mateus Vieira, sócios do laboratório PCS Saleme, repudiaram “com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório, uma empresa que atua no mercado há mais de 50 anos. A nota ainda informa que "ambos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça”.