Quadrilha usava escritório do governador do DF para aplicar golpes
Seis pessoas foram alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal por usarem o nome do escritório de advocacia do governador do DF, Ibaneis Rocha, para aplicar golpes.
Os agentes cumpriram, nesta sexta-feira (8), doze mandados de busca e apreensão em Fortaleza (CE) e em Recife (PE).
Quatro acusados prestaram depoimento. Um deles, inclusive, está preso e cumpre pena por homicídio, e teria a principal função no esquema. O outro suspeito não foi encontrado.
A investigação começou a partir de uma denúncia do escritório de Ibaneis, que registrou mais de cinco tentativas de golpe. Uma cliente chegou a enviar R$ 9 mil para os criminosos.
O delegado de polícia Bruno Dias explicou que, após registro do crime pela vítima, foi possível rastrear o caminho do dinheiro e identificar os integrantes da associação criminosa.
"Eles criam um perfil no whatsapp, com a foto do advogado, nome do escritório e entram em contato com a vítima, se passando por esse advogado, esse escritório, dizendo que o processo 'tal' está pronto pra ser liberado, pra pessoa retirar o dinheiro com o alvará. O número do processo era verdadeiro, emitido no prório site do tribuntal e a pessoa era levada a crer que, de fato, tinha ganhando, na Justiça, uma ação. O [suspeito] que está preso era o elo entre a parte que executava o golpe e a parte que usufruia do recurso, o destino final do dinheiro das vítimas"
Já o governador Ibaneis Rocha disse que esse tipo de fraude é comum em outros escritórios.
"Eu estou afastado do escritório desde que assumi o governo em 2019, mas a gente termina sabendo dos fatos, eu encontro com meus sócios. Foi comunicado à Polícia Civil. Não foi só nosso escritório. Nós temos outros escritórios que atuam nessa área de servidores públicos, que trabalham com precatórios, que também foram vítimas do golpe. Fraudes sempre existem. Nós temos que continuar combatendo".
Os acusados vão responder pelos crimes de falsa identidade, estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas podem ultrapassar 20 anos de prisão.