De cada 100 crianças adotadas no Brasil, aproximadamente nove têm o processo de adoção desfeito. Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento do CNJ, Conselho Nacional de Justiça, contabilizam 24.673 crianças e jovens adotados no país desde 2019. Os registros de devoluções somam 8,9% das adoções, o que significa que 2.198 crianças e jovens retornaram a instituições de acolhimento.
A pesquisa mostrou que as devoluções mais comuns ocorrem no estágio da guarda provisória: são 1.665 ocorrências. Segundo o CNJ, a desistência em processos de adoção está associada a fatores etários, comportamentais e de preparação das famílias. E a proporção de casos é maior na medida em que se aumenta a faixa etária do adotado, com destaque para devoluções de adolescentes com até 15 anos de idade.
O uso de medicação, o diagnóstico de deficiência mental ou de qualquer outro problema de saúde tratável são aspectos também associados a taxas de devolução maiores. O levantamento busca compreender as causas e consequências da devolução em processos de adoção a partir de aspectos jurídicos, sociais e psicológicos.