Governo federal lança Observatório de Desaparecimento de Pessoas

Foi lançado nesta sexta-feira, o Observatório de Desaparecimento de Pessoas no Brasil. O projeto reúne 17 pesquisadores e é uma parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e o Ministério dos Direitos Humanos (MDHC).
O objetivo é estudar as causas, circunstâncias e dinâmicas dos desaparecimentos, além de contribuir para a criação de políticas públicas mais eficazes.
Segundo a coordenadora do Comitê de Busca de Pessoas Desaparecidas do MDHC, Bruna Martins Costa, o brasileiro tem a impressão de que os desaparecimentos aconteceram apenas no período da ditadura militar, mas acontecem ainda hoje.
"Essa confusão faz com que a gente não consiga ter informações qualificadas sobre desaparecimento de pessoas ainda hoje e isso dificulta muito na elaboração de políticas públicas, seja de enfrentamento ao fenômeno, seja de atenção aos familiares das pessoas que desapareceram, políticas de memória, políticas de reparação."
Bruna destaca que existem vários tipos de desaparecimentos. Desde os voluntários, quando a pessoa decide sumir, passando pelos forçados, praticados pelo estado ou grupos criminosos, os involuntários, com crianças e adolescentes, até os políticos.
O Sistema de Integração do Ministério da Justiça (Sinesp) já reúne informações sobre desaparecidos, mas esses dados são baseados em boletins de ocorrência e, quando a pessoa é localizada, as famílias não costumam atualizar a situação. Além disso, a nova plataforma amplia o tratamento dos dados trazendo informações sobre raça, cor e gênero, como explica a coordenadora do MDH.
"O Observatório tem a informação qualitativa sobre os desaparecimentos, especialmente com ênfase em grupos vulnerabilizados: pop rua, crianças e adolescentes, pessoas LGBTQIA+, indígenas, quilombolas, populações tradicionais, populações de áreas de fronteira, população prisional. É um olhar qualitativo para os desaparecimentos no Brasil contemporâneo", explica.
De acordo com o governo, inicialmente o observatório deve funcionar pelo menos por um ano, levantando informações para combater o desaparecimento de pessoas no país.
Somente em 2024, o Brasil registrou mais de 66 mil desaparecidos, segundo o Ministério da Justiça. Entre eles, 20 mil eram crianças e adolescentes.






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