Mercado financeiro eleva projeção da inflação pela sexta vez seguida
Os analistas do mercado financeiro aumentaram a projeção de inflação para este ano, subindo de 4,59% para 4,62%. É a sexta alta seguida no Boletim Focus, que foi divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Banco Central.
A previsão para 2025 também subiu, para 4,10%. E para 2026, subiu para 3,65%, mesmo com os aumentos da taxa básica de juros aprovados pelo Banco Central.
Inclusive a expectativa para a taxa Selic neste ano se manteve em 11,75%. A Selic é uma das ferramentas que o Banco Central usa para tentar segurar a inflação. O problema é que juros altos esfriam o crescimento da economia.
O economista e professor da UnB, José Luis Oreiro, critica a meta de inflação, de 3%, com limite de 4,5%.
"O histórico de 25 anos do regime de meta de inflação, mostra que a nossa inflação de longo prazo é de 6% ao ano na média. Então não faz nenhum sentido econômico você colocar uma meta de inflação de 3% quando a tua média de longo prazo é o dobro disso".
O conselheiro do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais, Gelton Coelho, vê um descompasso na taxa de juros do país com o cenário econômico.
"A gente percebe então que o Banco Central está em descompasso com essa realidade mundial e também com a realidade local, principalmente dos investimentos que têm sido feitos através do BNDES, através de outros bancos, que mostram a necessidade de crédito do mercado e a subida dos juros obviamente vai elevar custos e vai elevar obviamente esse repasse para a população".
O Boletim Focus prevê para o PIB, Produto Interno Bruto, que é a soma de tudo que é produzido no país, um crescimento de 3,10%. E o dólar deve terminar o ano em R$ 5,55.