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Human Rights

No Brasil, mais de 2,3 mil municípios têm pessoas em situação de rua

Os dados estão na 37ª edição da série Caderno de Estudos do MDS
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Fabiana Sampaio - Repórter da Rádio Nacional
11/12/2024 - 22:56
Brasília
Brasília (DF) 01/11/2024 Pessoas em situação de rua em Brasília. Foto Antônio Cruz/Agência Brasil
© Antônio Cruz/Agência Brasil

O número de pessoas em situação de rua no Brasil saltou de cerca de 117 mil, em 2018, para mais de 292 mil em julho de 2024. O crescimento exponencial dessa população também fez aumentar o número de municípios com registros de pessoas nessa condição, que quase dobrou, passando de pouco mais de 1,2 mil, em 2015, para mais de 2,3 mil, em 2023.

Os dados estão na 37ª edição da série Caderno de Estudos do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, lançado nesta quarta-feira.

Segundo a publicação, eventos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024, contribuíram para o aumento dessa população, forçando milhares de pessoas a abandonarem suas casas.

O documento afirma que a ausência de dados padronizados e consistentes dificulta a compreensão do perfil e das necessidades da população em situação de rua e a formulação de políticas públicas eficazes. O texto aponta que a realização de um Censo Nacional desse público surge como uma necessidade urgente para garantir a formulação de políticas públicas baseadas em evidências confiáveis.

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, reforçou que os dados do Caderno vão contribuir para o avanço das políticas em 2025.

Um outro ponto destacado no estudo é a diversidade da população em situação de rua no país. São mulheres, idosos, pessoas com deficiência, crianças, adolescentes, famílias e população LGBTQIA+ expostos a diferentes graus de vulnerabilidade.

O estudo traz ainda que jovens, analfabetos, negros e indígenas têm mais chance de serem encontrados pernoitando nas ruas do que os brancos, em comparação aos que se encontram nos albergues. Segundo a publicação, a rua é mais racializada do que os albergues, ainda que em ambos a maioria da população em situação de rua seja negra.

Pessoas que relatam a ruptura de vínculos familiares como causa para a situação de rua também têm maiores chances de serem encontrados pernoitando na rua do que em albergues.